Biopirataria

A retirada de espécies de seu habitat natural
A retirada de espécies de seu habitat natural

A retirada de material genético de uma nação para a exploração comercial em outra, sem o pagamento de patente caracteriza-se como biopirataria. Esse processo não se restringe apenas à retirada de animais, sendo a exploração da sabedoria popular e coleta de espécies vegetais também inclusas no mesmo.

O comércio de espécies (animais e/ou vegetais) tem como principais consumidores, os cientistas e laboratórios, cuja utilização restringe-se à realização de pesquisas e produção de medicamentos e cosméticos. Figuram-se também os zoológicos e colecionadores, os quais encomendam animais, e estes, são capturados e vendidos, sendo que os valores são estabelecidos de acordo com a raridade das espécies.

Conforme a Organização Não Governamental (ONG), Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS), a cada dez animais traficados, apenas um chega ao destino final, nove morrem, na captura ou durante o transporte.
Após capturados, os animais são submetidos a várias práticas agressivas durante o transporte para os centros consumidores, passam muitas horas no escuro, sem alimentação e água, além de ficarem em ambientes abafados e apertados.

Atualmente, a biopirataria é a terceira atividade clandestina que mais movimenta dinheiro, tornando-se inferior apenas ao tráfico de drogas e armas. A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres estima que, somente no Brasil, cerca de 38 milhões de animais sejam capturados e vendidos ilegalmente, o que rende aproximadamente 1 bilhão de dólares ao ano.
Conforme o Ibama e as polícias ambientais, a região Nordeste é a principal fornecedora de animais silvestres para o tráfico. O estado da Bahia é o maior centro de captura e distribuição de animais.

A retirada de material genético de um lugar, seguido da exploração comercial em outro, gera situações inusitadas. Um exemplo disso é a disputa internacional em torno do cupuaçu. Essa planta é muito comum na floresta Amazônica, no entanto, foi registrada por uma empresa japonesa, que passou a deter os direitos mundiais sobre o nome da fruta e seus derivados, prejudicando as exportações de produtores brasileiros.

Para os ambientalistas, o combate à biopirataria só será efetivo quando a Convenção sobre Diversidade Biológica, que continua sem a assinatura dos Estados Unidos e de outros países detentores de grande número de patentes, entrar em vigor.

Portanto, a biopirataria contribui para o desequilíbrio ecológico, pois afeta diretamente a cadeia alimentar, reduzindo consideravelmente o número de espécies. Outro fator agravante é no que se refere aos aspectos econômicos, alguns produtores e exportadores estão sendo prejudicados em decorrência de patentes registradas por meio da biopirataria.

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Por: PrePara Enem